Hipospádia Perguntas mais freqüentes |
1 - O que é Hipospádia? |
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É uma
malformação congênita, caracterizada pela abertura
anormal do orifício por onde sai a urina (meato
urinário), em diferentes locais na parte de baixo (face
ventral) do pênis, ou mais raramente na bolsa escrotal. Na maioria dos casos é acompanhada por uma alteração da pele (prepúcio) que recobre a glande (cabeça do pênis), sendo que o prepúcio que passa a ter o formato de um capuz. Em alguns casos, ao ficar ereto o pênis apresenta curvatura para baixo, em direção à bolsa escrotal. |
2 - É freqüente os meninos nascerem com hipospádia? |
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A hipospádia ocorre em até 1: 500 da
população masculina. Dentre os meninos que nascem com
hipospádia 75% deles terão as formas distais, cujo
tratamento cirúrgico é menos complicado, com maior
probabilidade de sucesso na primeira cirurgia.
Em 12 a
20% dos pacientes temos antecedentes familiares de
hipospádia. |
3 - Quais são as causas da Hipospádia ? |
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Esta
malformação ocorre por múltiplos fatores, podendo ser
genético (Ex.: Sindrome de Reifenstein) e/ou hormonal
(Exemplo: deficiência da enzima
"5-alfa-redutase", ou deficiência de
receptores hormonais a nível celular do pênis). O encurvamento distal persistente (chordee) é devido a falta de desenvolvimento normal do corpo esponjoso que envolve a uretra. |
4 - Se nós tivermos outro
filho, quais as possibilidades |
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A possibilidade de outro irmão vir a ter hipospádia pode ser de até 30 vezes maior do que na população em geral. |
5 Qual é o tratamento ideal para a Hipospádia ? |
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O
tratamento começa logo após o nascimento, evitando a
circuncisão, pois o prepúcio (pele que recobre o
pênis) é essencial para a reconstrução do pênis. Em
alguns casos selecionados há necessidade de tratamento
hormonal pré-operatório. Na maioria dos casos o tratamento cirúrgico é realizado numa única cirurgia, com hospitalização mínima após minuciosa explicação para a família (e para o paciente, se ele tiver mais de 2 anos). A idade ideal para a cirurgia é entre os 6 e 18 meses de vida, diminuindo o risco de trauma emocional. Esta correçào cirúrgica é tecnicamente difícil, e deve ser realizada por cirurgiões com grande experiência. Existem mais de 300 técnicas cirúrgicas descritas para correção das diversas variantes de hipospádia, e a escolha da técnica mais adequada dependerá do tipo de hipospádia que o seu filho apresenta, e da experiência do cirurgião. |
6 - Quais os
benefícios do tratamento cirúrgico, |
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O
tratamento cirúrgico visa :
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7- Não precisa fazer alguns exames antes da cirurgia ? |
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Nos
meninos que tiveram infecção urinária no 1º
ano de vida ou que tem a forma proximal de hipospádia
serão pesquisadas as malformações urinárias
associadas, no mínimo com uma ecografia abdominal e um
Rx da bexiga denominado Uretrocistografia Miccionnal. Em todos os pacientes serão realizados exames laboratoriais de rotina no pré-operatório para confirmar que o seu filho está em boas condições clínicas para a cirurgia. O pediatra o avaliará e confirmará que ele apresenta boas condições clínico-laboratoriais para a cirurgia. Uma avaliação pré anestésica na tarde do dia anterior à cirurgia servirá para orientar os pais, e confirmar que a criança tem condições anestésicas satisfatórias. |
8- E quais são as complicações mais freqüentes ? |
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As
cirurgias complementares para correção destas
complicações deverão ser feitas com intervalo entre
elas de no mínimo 6 a 9 meses. |
9 - Como os pais podem preparar o filho para a cirurgia ? |
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a) Em
primeiro lugar os pais devem receber do cirurgião
orientações que lhes permitam conhecer como será
realizada a cirurgia, para que eles se sintam seguros e
possam transmitir esta segurança para seu filho. b) NÃO MENTIR , NEM ESCONDER do paciente o que será realizado, mas também não entrar em detalhes que ele não possa compreender, ou que possam assusta-lo. Exemplo: evitar o uso das palavras "cortar", "tirar fora", ... c) Mostrar para o paciente as VANTAGENS da cirurgia que ela compreende. Exemplo: poderá urinar de pé sem molhar o tênis, facilitará a higiene do pênis, ficará com o pênis parecido com o do parente ou amigo que foi circuncidado ou operado de fimose. d) DIMINUIR o "medo do desconhecido" - demonstrando amor, segurança, respondendo honestamente todas as perguntas feitas, e levando-o, se possível, a visitar e conhecer antecipadamente o hospital onde será realizado a cirurgia. |
10 - Os pais podem assistir a cirurgia ? |
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Nos
meninos acima de 6 a 12 meses de idade é importante que
um dos familiares permaneça junto até que ele durma,
para que o paciente se sinta confiante. Em alguns
hospitais é permitida e incentivado a permanência do
pai e/ou da mãe ao lado da criança durante a indução
anestésica. Durante o ato cirúrgico no entanto não é permitido, por não ser necessário, para diminuir os risco de infecção, e evitar transtornos a rotina da sala cirúrgica. Na Sala de Recuperação Pós-Anestésica, os pais podem e devem permanecer ao lado do filho, tranqüilizando-o, e auxiliando-o a se alimentar após estar bem acordado. No quarto, se necessário a internação hospitalar, os pais devem permanecer com o filho, e ele pode receber visitas dos parentes e amigos. |
11 - Como é feita a cirurgia ? | |
Nas
formas mais distais o tratamento cirúrgico poderá ser
feita de Ambulatório. Isto quer dizer que o paciente
não precisa ficar internado, não precisa dormir, passar
a noite num quarto do hospital, evitando assim uma maior
separação do ambiente familiar, e diminuindo os riscos
de infecção hospitalar, e os custos da cirurgia. Quanto a técnica cirúrgica, e o local da incisão cirúrgica, isto varia conforme a idade do paciente, o tipo de hipospádia, e a experiência do cirurgião. |
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12 - E a anestesia, é local ou geral ? |
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Na
infância, e mesmo na adolescência, se prefere a
anestesia geral, geralmente precedido pelo uso de um
sedativo e de um analgésico, pois
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13 - E depois
da cirurgia, quantos dias |
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As
crianças, se possível, são operadas numa quinta ou
sexta-feira, e frequentemente podem retornar as aulas na
segunda-feira, mas com a recomendação de que evitem
exercícios físicos que possam traumatizar a região
cirúrgica por 2 a 3 semanas (Exemplos: -
"lutas", jogar bola, andar de bicicleta,
"skate", patins, "rollers",...). Se for necessário a utillização de sonda vesical nos primeiros 7 a 10 dias, o paciente pode permanecer em casa até a retirada desta sonda. |
Bibliografia
- "Cirurgia Pediátrica" Maksoud, J. G. e colaboradores 1998 editora RevinteR
- "Clinical Pediatric Urology" Kelalis,P.P.; King, L.R. e Belman, A. B. 3ª edição 1992 B. Saunders
- "Pediatric Surgery"- Ashcraft, Keith e Holder, Thomas e colaboradores 2.000 Saunders
- "Pediatric Urology"- ODonnell, B.; Koff, S. A. e colaboradores 3ª edição 1997 Butterworth
- "Diagnóstico Cirúrgico para o pediatra" Leite, C. S. e colaboradores - 1999 editora RevinteR
- "Tratado de Pediatria" - Nelson, W.E. e cols. 15ª edição - 1997 - Guanabara-Koogan
DR.
LIONEL LEITZKE e-mail: lionel@uroped.com.br
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Cirurgião Pediátrico Geral e Urologista Pediátrico