- Faculdade de Medicina |
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Departamento
de PEDIATRIA |
Área Cirurgia Pediátrica
Prof. Lionel Leitzke e Adyr V. Faria |
CIRURGIA
PEDIÁTRICA NO APARELHO UROGENITAL - II
Hidronefrose
fetal
Definição
Estase urinária com progressiva distensão da pelve e
dos cálices renais, e consequente atrofia do parênquima renal.
Etiologia e Incidência
- Estenose de Junção Ureteropiélica
(J.U.P.)
- 5:1.000 indícios de Hidronefrose na ecografia
obstétrica após 22ª semana
- 3:1.000 confirmam Hidronefrose após o nascimento ->
34%=Estenose de JUP
- 40% das massa renais e 50% das massas abdominais na
infância
- Refluxo Vésico-Ureteral
- Hidronefrose fisiológica do 3º
trimestre (fase poliúrica, c/ involução expontânea)
- Válvula de uretra posterior
- Rim multicístico
- Rim policístico
- Megaureter primário não obstrutivo
- Síndrome de Prune-Belly
- Bexiga Neurogênica
Fisiopatologia
Por defeitos na septação do broto ureteral ou de seu
acoplamento com os néfrons podem resultar a Hidronefrose, as
Duplicações pielo-ureterais e os Cistos Renais.
A dificuldade
de passagem de urina causa > pressão pielocalicial, com
posterior dilatação pelo > da complacência pélvica.
Oligo-hidrâmnio
pode causar Hipoplasia pulmonar e deformidade de membros
Manifestações clínicas
- Observar jato e volume urinário
- Palpação - massa renal, bexigoma,
posição dos testículos
- Prune-Belly
Diagnostico e Diagnósticos
Diferenciais - vide acima!
Exames Complementares
- Ecografia obstétrica morfogenética
- com 15 a 20% de falsos positivos
- Ecografia de abdome do RN - 72 horas
após o nascimento
- Cistouretrografia miccional - 1ª
semana de vida
- Cintilografias renais (DMSA e DTPA)
após 1 mês de vida
- Urografia excretora - evitar!
Medidas Terapêuticas
- Punções e aspirações intra-útero
- com dosagem de Na, Cl e osmolaridade urinárias
- geralmente múltiplas
- riscos : lesões no feto, sangramentos, infecções e
desencadear parto prematuro, óbito
- Derivações urinário-amnióticas
- riscos : não alterar a hipoplasia pulmonar, pode
"sair fora", causar lesões no feto,
sangramentos, infecções e desencadear parto prematuro,
óbito fetal
- Derivações cirúrgicas
(vesicostomia, ainda experimental)
- Cesárea ou Parto vaginal?
- Pieloplastia desmenbrada de
Anderson-Haines
- Dilatação com cateter por
cistoscopia - 50% melhor
Prognóstico
- 26% das crianças com V.U.P irão
para diálise e transplante renal
Anomalias do
desenvolvimento do sexo
Definição
É "Genital incompletamente
desenvolvido" e NÃO "Genitália Ambígua" ou
"Intersexo".
Incidência
- Desconhecida pela complexidade das
malformações envolvidas.
- A Hiperplasia congênita da Adrenal
varia de 1:282 RN vivos (Alasca) a 1:21.000 (Japão)
Etiologia
A diferenciação sexual básica é
feminina., e se não houver nenhum fato que iniba o
desenvolvimento dos ductos de Müller (Ex: SRY, testosterona,
hormônio antimülleriano) a diferenciação será feminina.
Mas a deleção de qualquer porção do cromossomo X já
leva à falha no desenvolvimento dos ovários. Para a
formação do fenótipo masculino com diferenciação das
gônadas bipotenciais em testículos há necessidade do gene
TDF (Fator de Diferenciação Testicular ou SRY) +
interferência de diversos fatores (hormonais ou não). Ex:
Gonada bipotencial + SRY à diferencia-se em testículo, iniciando
produção do MIS (Hormônio inibidor dos ductos de Müller)
e testosterona ( a qual estimula o desenvolvimento dos ductos
de Wolff) e por ação da 5-Alfa-redutase a reduz em DHT
(dehidrotestosterona) que é responsavel pela virilização
da genitália externa
Fisiopatologia
Uma falha cromossômica, hormonal ou
na resposta da gônada embrionária ao estímulo do LH ou do
HCG, ou insensibilidade dos receptores periféricos ao
estímulo da DHT.
Manifestações clínicas
pode variar de :
- Genitália aparentemente normal
- Hipospádia com ou sem criptorquidia
- Bolsa escrotal bífida
- Criptorquidia com micropênis
- Fusão labial c/ ou s/ clitoromegalia
Normas para diagnósticos diferenciais
- É uma emergência a adequada
designação do sexo no RN portador de ambiguidade
genital.
- Registro no cartório e anúncio do
sexo do RN são postergados até a definição do sexo de
criação.
- Nunca sugerir ou permitir nomes
ambíguos ou cuja ultima vogal possa ser trocada s/n.
- Investigar ingesta materna de drogas
potencialmente virilizantes ou feminilizantes ( entre 8
12 semanas de gestação)
- Examinar o RN na presença dos pais,
explicando com desenhos e evitando o uso de nomes que já
definam um sexo específico. Ex.: pênis ou clítoris X
falo, testículo X gônada
- Além de um exame detalhado dos
genitais observar grau de hidratação, pilificação
corpórea, pressão arterial e a existência de outra
malformações.
- Exames essenciais:
Cariótipo, Ecografia abdominal e da gonadas externas, 17
?-OH
- Reconhecer no mínimo 5
diferenciações sexuais: Genético, Gonadal,
Fenotípico, Psicológico e Social
Medidas terapêuticas
É essencial contar com uma ótima e
experiente equipe multidisciplinar ( neonatologista,
cirurgião pediátrico, geneticista, endócrinologista
pediátrico, ecografista, psicólogo, ...)
Recursos preventivos =
orientação genética aos familiares
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Atualizado em Março/2004